Entenda como reduzir os resíduos da construção civil

Os resíduos da construção civil geram impactos diretos no meio ambiente, tendo em vista que esse é um setor que possui uma alta porcentagem no total de coleta das sobras geradas.

Sustentabilidade e gestão de resíduos da construção civil

A produção de resíduos da construção civil é um assunto recorrente, tendo em vista os impactos ambientais causados por essas sobras. Isso porque, muita das vezes, os materiais utilizados pelo setor são descartados de maneira incorreta, além de serem tóxicos e precisarem de cuidados com a reutilização.

Ou seja, os RCC (resíduos da construção civil) são todos aqueles provenientes das reformas e construções. Sendo os mais conhecidos os referentes ao uso de blocos cerâmicos, tubulações, fiações, argamassa, rochas, metais, colas, tintas, telhas, plásticos, vidros e tudo aquilo que é chamado de entulho de obra.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) afirma que os RCC representam uma parcela significativa dos resíduos produzidos em áreas urbanas. O órgão os classifica em quatro categorias. São elas:

 

  • Classe A:  são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como solo, argamassa, concreto, tijolo, telha, pré-moldado, entre outros;
  • Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
  • Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, como gesso;
  • Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como tintas, solventes, óleos e outros. Ou podem ser aqueles contaminados gerados pelas demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

 

Para os da classe A, o órgão recomenda a utilização ou reciclagem na forma de agregados. Há a possibilidade de serem, também, encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil.

Já os da classe B, precisam ser reutilizados, reciclados ou até encaminhados para áreas de armazenamento temporário. E tanto os da classe A quanto os da B deverão ser dispostos de maneira que permita a utilização ou reciclagem futura.

Por fim, os da classe C e D necessitam ser armazenados, transportados e destinados conforme as normas técnicas específicas de cada um. 

A importância de investir mais em sustentabilidade na construção civil

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A Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) desenvolveu um acordo para 2030  com o intuito de que os países se comprometam com o desenvolvimento sustentável e com a garantia de direitos iguais, de uma vida mais justa e digna. 

São 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na agenda. O de número 11 tem o intuito de “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. Esse é um objetivo que aborda a necessidade de se ter construções responsáveis ambientalmente e de gestões mais eficientes quanto aos resíduos.

Diante do cenário apresentado, fica mais fácil compreender a importância e a necessidade do investimento em sustentabilidade nesse setor. O gerenciamento de resíduos da construção civil precisa ser feito de maneira consciente e correta para evitar danos e impactos ao meio ambiente. 

De acordo com o mais recente Panorama Dos Resíduos Sólidos no Brasil, da Abrelpe, só em 2020 foram coletados cerca de 47 milhões de toneladas de RCD (resíduos da construção e demolição) pelos municípios. Esse é um número que representa o crescimento de 5,5% na produção. No fim, a quantidade total coletada foi de mais de 221 kg por habitante/ano.

Uma análise da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), citada pela Gazeta do Povo, afirma que, se em um dia todo o resíduo gerado pela construção civil fosse reciclado, seria possível ajudar a construir 2.134 Maracanãs com eles. 

Vale destacar que 98% desses resíduos podem ser reciclados. Contudo, das 290,5 toneladas de entulho gerados diariamente no país, somente 21% deles são, de fato, reciclados.

O impacto da gestão de resíduos eficiente

E ainda segundo o panorama da Abralpe, os materiais reciclados recuperados por Logística Reversa, por exemplo, têm potencial alto para reduzir a emissão do CO2, gás poluente e causador de 60% do efeito estufa.

Em conclusão, o panorama ainda cita alguns benefícios causados pela gestão eficiente dos resíduos. São eles:

  • Maior proteção da saúde pública com a melhoria na qualidade da água, do solo e do ar. O que, consequentemente, colabora com a redução na disseminação de vetores e doenças;
  • Melhora na preservação do meio ambiente e na mitigação climática. Visto que ocorrerá uma redução imediata dos impactos ambientais e das emissões de gases de efeito estufa. Dentre eles o metano e o carbono negro, visto que são poluentes de vida curta muito mais potentes do que o dióxido de carbono;
  • Avanço no desenvolvimento econômico por promover a evolução de novos mercados, com a criação de postos de trabalho para a gestão. Essa é uma ação que leva à redução dos custos adicionais e despesas decorrentes da inadequação e ineficiência;
  • Ampliação do desenvolvimento social. Isso porque reduz as desigualdades sociais com o acesso justo e igualitário aos serviços de saneamento básico. Consequentemente, ocorre uma melhora da qualidade de vida das populações mais vulneráveis e aumenta a inclusão de grupos marginalizados, como setores informais. 

O uso de pré-fabricados como solução

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A definição de sustentabilidade é “o desenvolvimento que não esgota os recursos futuros”. Ou seja, essa é o conceito que diz respeito a capacidade de suprir as necessidades do presente sem comprometer as das gerações futuras.

Os pré-fabricados são uma excelente alternativa para tornar as construções mais sustentáveis. Isso porque essa é uma solução que tende a otimizar os traços de concreto de alto desempenho. 

Além disso, esse é um modelo que visa utilizar recursos naturais de maneira mais consciente e responsável, bem como fazer o uso de materiais reciclados.

Acrescenta-se a vantagem relacionada a  possibilidade de serem produzidos em diferentes tamanhos, texturas e acabamentos. Essa é uma característica fundamental para facilitar a aplicação deles em diversos projetos de maneira personalizada.

E ainda, há mais algumas vantagens dos pré-fabricado relacionadas à sustentabilidade:

  • Menor tempo de construção, reduzindo desperdícios e focando na otimização;
  • Fabricação em lugares externos ao canteiro, aumentando o bem-estar do entorno:
  • Menor poluição graças a redução de transporte dos materiais;
  • Canteiro de obra mais organizado e limpo, sem chances de contaminação no solo;
  • Foco na qualidade da produção com a premissa de fazer mais por menos.

Logo, apostar em pré-fabricados significa investir em uma obra mais consciente, eficaz e responsável socialmente. Tenha em mente que também é necessário optar por fornecedores conscientes do seu papel como empresa cidadã e que, durante a construção dessa solução, evitam o desperdício e se comprometem com a reutilização de materiais.

E agora?

Os impactos causados pela boa gestão dos resíduos sólidos da construção civil facilitam gerações mais justas e responsáveis. Por isso é tão importante investir em soluções que colaboram com a sustentabilidade.